
Encarando
a dificuldade de apreciar a iconografia do budismo tibetano com
aquele excesso de cores primárias, criaturas disformes e o granel de
simbologias ocupando um mesmo espaço, comecei um mergulho na arte
budista.
Começando pela representação do próprio Sidarta e o início da estória: “durante sete semanas, em busca da iluminação, Buda sentou-se embaixo da árvore bodhi para meditar e, claro, permaneceu em jejum”.

Esta
semana, por causa de um leilão de arte
de Gandhara,
feito pela Casa de Leião alemã Auctionata, veio a público uma
escultura de xisto cinzento da antiga região de Gandhara, conhecida
como o 'Buda Emaciado' ou “Buda Emagrecido”. Arne Sildatke,
especialista em arte asiática, explicou que são raras as esculturas
de Buda Emagrecido, especialmente as de tamanho que se aproximem do
natural.
Datada dos séculos
2 ou 4, a obra mede pouco mais de um metro.
Mesmo com a caixa torácica à mostra, ombros ossudos, tendões, veias nervosas e uma magreza esculpida capaz de chocar, o Buda ainda transmite a força — física e mental — sempre encarnadas nas representações mais típicas do mestre iluminado.

Existem
outros Budas Magros conhecidos espalhados pelo mundo: o Museu de
Lahore, no Paquistão possui em seu acervo um deslumbrante exemplar
de barba longa – refletindo o ascetismo do Buda. Versões
fragmentadas são encontradas em coleções institucionais, como a do
Metropolitan que, infelizmente sem cabeça, revela muita atenção
aos detalhes anatômicos do corpo humano.
Muito
do poder destas obras de arte, que evocam a devoção do Buda à
busca pela sabedoria, decorre do uso que os artistas fizeram das
linhas e incisões profundas — uma característica da arte
gandharana
que resultou de um diálogo cultural entre Oriente e Ocidente.


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